terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Leonardo Boff fala sobre a igreja Romana

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Por: Leonardo Boff

A crise da pedofilia na igreja romano-católica não é nada em comparação à verdadeira crise -- essa sim, estrutural -- que concerne à sua institucionalidade histórico-social. Não me refiro à igreja como comunidade de fiéis. Esta continua viva apesar da crise, se organizando de forma comunitária e não piramidal como a Igreja da Tradição. A questão é: que tipo de instituição representa essa comunidade de fé? Como se organiza?

Atualmente, ela comparece como defasada da cultura contemporânea e em forte contradição com o sonho de Jesus, percebida pelas comunidades que se acostumaram a ler os Evangelhos em grupos e então fazer suas análises.

Dito de forma breve, mas não caricata: a instituição-igreja se sustenta sobre duas formas de poder: um secular, organizativo, jurídico e hierárquico, herdado do Império Romano, e outro espiritual, assentado sobre a teologia política de Santo Agostinho acerca da Cidade de Deus, que ele identifica com a instituição-igreja. Em sua montagem concreta, não é tanto o evangelho ou a fé cristã que contam, mas esses poderes, considerados como um único “poder sagrado” (“potestas sacra”) também na forma de sua plenitude (“plenitudo potestatis”) no estilo imperial romano da monarquia absolutista. César detinha todo o poder: político, militar, jurídico e religioso. O Papa, semelhantemente, detém igual poder: “ordinário, supremo, pleno, imediato e universal” (Cânon 331), atributos só cabíveis a Deus. Institucionalmente, o Papa é um César batizado.

Esse poder que estrutura a instituição-igreja foi se constituindo a partir do ano 325 com o Imperador Constantino e oficialmente instaurado em 392, quando Teodósio, o Grande (+395), impôs o cristianismo como a única religião de Estado. A instituição-igreja assumiu esse poder com todos os títulos, honrarias e hábitos palacianos que perduram até os dias de hoje no estilo de vida dos bispos, cardeais e papas.

Esse poder ganhou, com o tempo, formas cada vez mais totalitárias e até tirânicas, especialmente a partir do Papa Gregório VII, que em 1075 se autoproclamou senhor absoluto da igreja e do mundo. Radicalizando, Inocêncio III (+1216) se apresentou não apenas como sucessor de Pedro, mas também como representante de Cristo. Seu sucessor, Inocêncio IV (+1254), deu o último passo e se anunciou como representante de Deus e por isso senhor universal da Terra que podia distribuir porções dela a quem quisesse, como depois foi feito aos reis de Espanha e Portugal no século 16. Só faltava proclamar o Papa infalível, o que ocorreu sob Pio IX em 1870. O círculo se fechou.

Ora, este tipo de instituição encontra-se hoje num profundo processo de erosão. Depois de mais de 40 anos de continuado estudo e meditação sobre a igreja (meu campo de especialização), suspeito que chegue o momento crucial para ela: ou corajosamente muda e assim encontra seu lugar no mundo moderno e metaboliza o processo acelerado de globalização e aí terá muito a dizer, ou se condena a ser uma seita ocidental, cada vez mais irrelevante e esvaziada de fiéis. O projeto atual de Bento XVI de reconquista da visibilidade da Igreja contra o mundo secular é fadado ao fracasso se não proceder a uma mudança institucional. As pessoas de hoje não aceitam mais uma igreja autoritária e triste, como se fosse ao próprio enterro. Mas estão abertas à saga de Jesus, ao seu sonho e aos valores evangélicos.

Esse crescendo na vontade de poder, imaginado ilusoriamente vindo diretamente de Cristo, impede qualquer reforma da instituição-igreja, pois tudo nela seria divino e intocável. Realiza-se plenamente a lógica do poder, descrita por Hobbes em seu “Leviatã”: “O poder quer sempre mais poder, porque não se pode garantir o poder senão buscando mais e mais poder”. Uma instituição-igreja que busca assim um poder absoluto fecha as portas ao amor e se distancia dos sem-poder, dos pobres. A instituição perde o rosto humano e se faz insensível aos problemas existenciais, como da família e da sexualidade.

O Concílio Vaticano II (1965) procurou curar esse desvio pelos conceitos de Povo de Deus, de comunhão e de governo colegial. Mas o intento foi abortado por João Paulo II e Bento XVI, que voltaram a insistir no centralismo romano, agravando a crise.

O que um dia foi construído pode ser num outro, desconstruído. A fé cristã possui força intrínseca de, nesta fase planetária, encontrar uma forma institucional mais adequada ao sonho de seu fundador e mais consentânea ao nosso tempo.

Fonte: [ Ultimato ]
Via:[
Graça Plena ] / [ Ministério Batista Beréia ]

Pequena oração, grandes efeitos.

Enquanto leio o texto bíblico encontrado em I Crônicas 4.9,10, tenho a nítida impressão que o autor do mesmo, foi bruscamente interrompido em seu monótono trabalho de narrar mais uma interminável lista da raiz genealógica israelita, justamente quando ia relacionar o nome de certo Jabez.
De repente, o Espírito Santo, em sua tarefa de inspirar o escritor bíblico, traz à sua lembrança, fatos quase esquecidos da vida daquele príncipe de Israel. Movido pelo Espírito Santo, ele escreve então: "E foi Jabez o mais ilustre entre seus irmãos". É como se Deus abrisse parênteses naquilo que estava sendo escrito para revelar algo relevante. Deus tinha algo de suma importância para comunicar a seu povo.
Sempre que me deparo com este texto, a seguinte pergunta me vem à mente: O que fez Jabez, para ser considerado "o mais ilustre entre seus irmãos"?
A resposta me vem à mente de forma clara: Jabez orou.
Fico perplexo diante da oração feita por esse homem simples, apesar de sua posição na sociedade israelita. Uma oração de apenas uma frase. Uma oração que mudou por completo sua vida. Para compreendermos melhor o teor e os efeitos dessa oração, precisamos conhecer um pouco da vida desse homem. Já ao nascer, provavelmente devido às fortes dores – parece-me que acima das dores normalmente esperadas por sua mãe – recebe o nome de Jabez (dor ou aquele que causa dor, sofrimento).
Essa questão do nome, nos tempos bíblicos era muito importante. Levava-se muito à sério a escolha do nome dos filhos.  O nome dado a uma criança representava um desejo, um sonho dos pais em relação ao destino do filho e, em alguns casos era uma verdadeira profecia descritiva do caráter e personalidade do indivíduo.
Fico imaginando como era difícil o dia a dia de Jabez com um nome cujo significado é tão depreciativo. Ser tratado por todos como um indivíduo que provoca dores e sofrimento deve ter-lhe causado muita angústia e, quem sabe, o tornado um indivíduo depressivo. No lugar dele, era assim que me sentiria. A vida de Jabez não deve ter sido nada fácil.
Certo dia, Jabez sai de sua tenda, dá uma olhada ao seu redor e um sentimento de inconformismo invade sua alma. Verdadeiramente, o que via não lhe agradava. Ele não estava feliz com o que possuía. Menos ainda com aquilo em que se tornara. Mas Jabez estava disposto a mudar de vida. Estava cansado de ser um fracassado, apenas mais um na multidão. Desejava ser alguém, exercer influência, em suma, queria a bênção de Deus sobre sua vida.
E então, Jabez orou. Buscou ao Deus de Israel. Reconheceu que somente o Deus vivo e verdadeiro possuía os recursos necessários para mudar sua vida. Sua oração resumiu-se tão somente a uma frase. Vejamos o que Jabez pediu:
a) Tomara que me abençoes. Em algumas versões, que me abençoes muitíssimo”. Não desejava tão somente ser abençoado, ambicionava ser muito abençoado. E não teve nenhum problema em deixar isso bem claro para Deus. Ele pediu a Deus que a medida de sua bênção fosse "...uma boa medida, recalcada, sacudida e transbordando..." (Lc 6.38).
b) Amplifica as minhas fronteiras. Não creio que ele tivesse em vista apenas os limites de suas terras. Seu desejo era ser reconhecido por seus iguais; desejava ser influente entre seu povo, ser ouvido nas tomadas de decisões. Não queria ser apenas mais um entre os príncipes de seu povo, queria ser líder entre os príncipes. Estava cansado de ser cauda, queria ser cabeça.
c) Que Tua mão seja comigo. A mão de Deus é, verdadeiramente, sua presença real. O que Jabez pediu, em outras palavras foi que Deus se tornasse real em sua vida. Ele sabia que se Deus fosse uma realidade em seu cotidiano, presente em suas tomadas de decisão, direcionando-o na concepção e busca de seus objetivos, conduzindo-o em seus relacionamentos, em sua vida profissional, etc., ele só teria vitórias. Afinal de contas, através do profeta Isaías o próprio Deus afirma “... agindo eu, quem impedirá?” (Is 43.13).
d) Que do mal não seja afligido. Em algumas versões, “resguarda-me do mal, para que viva sem aflições”. É isso mesmo que você está lendo. Jabez está dizendo a Deus que não quer mais entrar em conflito. Não queria mais desperdiçar energia vital com embates desnecessários, com tentações, com pessoas mal humoradas, pessimistas, etc. e tal. Temos sido instruídos a aguardar o “socorro bem presente” de Deus, na fornalha de fogo ou quando estivermos na cova com os leões. Com Jabez aprendemos, no entanto, que Deus pode nos livrar, inclusive, de sermos lançados na fornalha ou na cova de leões.
Como o “melhor de Deus ainda está por vir”, a parte final do versículo 10 afirma: “E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido”.
Aprendamos com Jabez e façamos dessa oração, a nossa oração.
Pr. Joilton Rocha

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Este blog traz em seu âmago, o sonho de que o mesmo se torne um meio eficaz para a transmissão da mensagem do amor incondicional de Deus pelo homem. Que as pessoas que o acessarem, encontrem nas postagens motivação para servir melhor ao Deus vivo e verdadeiro, amando-O com todas as suas forças. Colocaremos para estudo e discussão, mensagens de cunho teológico, doutrinário, escatológico e temas relacionados ao cotidiano cristão. Isso, dentro de uma visão Protestante e Pentecostal. Se desejar, entre em contacto, estou à disposição para aconselhamento pastoral, oração e intercessão.
No mais, sejam bem vindos.
Pr. Joilton Rocha